quarta-feira, 11 de maio de 2011

E o novo paradigma?

Para romper a barreira tradicional, a saída é uma formação adequada, que habilite o
profissional a realizar uma análise crítica da realidade brasileira, que o capacite a detectar
alternativas de intervenção, ser capaz de acompanhar e responder às demandas
sociais e políticas para melhoria da qualidade de vida.
Daí a necessidade de uma visão generalista na formação dos alunos de psicologia,
enfatizando a capacidade de problematizar e buscar soluções com uma formação teórico-
prática, tendo a ética como figura e fundo, permeando todo o curso de graduação,
além de currículos flexíveis. O curso de graduação deve ser entendido como início de um
longo percurso de formação continuada. A especialização posterior, em nível de pós-graduação,
ultrapassa a formação tecnicista, para a responsabilidade social e compromisso
com a ética. E a formação? As agências formadoras brasileiras, em nível de graduação, cientes da
complexidade da formação de profissionais na área de saúde estão procurando, a partir
da última década, adaptar os seus currículos no sentido de oferecer aos acadêmicos
oportunidades de conhecer, por intermédio da teoria e da prática, os recursos técnicos
necessários para uma atuação segura e competente.
Pelas dimensões e disparidades socioeconômicas-culturais encontradas no nosso território,
as adaptações curriculares efetuadas estão, por enquanto, circunscritas às grandes
cidades, portanto, atendendo apenas parcialmente às necessidades das comunidades
que, pela sua carência generalizada, necessitam de programas preventivos ou
curativos de saúde em todos os cantos do País.
Em que pese essa limitação de expansão na formação de novos profissionais em Psicologia
da Saúde, o importante é que o primeiro passo já foi dado de forma bastante
consciente, uma vez que a grande maioria das escolas que atendem ao chamamento
para a formação de profissionais na área o está fazendo de forma bastante séria, na
maioria das vezes. Os cursos de graduação estão assumindo não só o papel de informar
sobre a Psicologia da Saúde, mas também o de despertar o interesse do acadêmico para
esse caminho da Psicologia.


Referências

ACHCAR, R. (org.) (1984) Psicólogo Brasileiro: práticas emergentes e desafios para a
formação. São Paulo: Casa do Psicólogo.
BASTOS, A.V.B. (1990) Mercado de Trabalho: uma velha questão e novos dados. Psicologia:
Ciência e profissão, 10 (2,3,4), p.28-39.
BLEGER, J. (1984) Psico-higiene e Psicologia institucional. Porto Alegre: Artes Médicas.
CAPRA, F. (1995) O Ponto de Mutação. São Paulo: Cultrix.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA (1988) Quem é o psicólogo brasileiro? São
Paulo, Edicon.
KUHN, T. S. (1970) A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Perspectiva.
MATARAZZO, J. D. (1980) Behavioral Health and Behavioral Medicine. American
Psychologist, 35, p.807-817
Psicologia da saúde e o novo paradigma
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