terça-feira, 31 de maio de 2011

Resenha do filme: O NOME DA ROSA


  
“O NOME DA ROSA”

   A história do filme “o nome da Rosa” ocorre em um mosteiro Beneditino Italiano na idade média, no ano de 1327 e descreve a rotina e os costumes da vida religiosa. No mosteiro havia uma biblioteca que guardava pergaminhos e livros com textos científicos e filosóficos, tidos como proibidos. Naquela época o mosteiro reunia um grande acervo de livros cristãos. Nesse local começou a ocorrer uma série de morte de monges, e o ato intrigante é que os mortos eram encontrados com a língua e os dedos roxos. Para investigar essas mortes foi enviado um monge franciscano e renascentista William de Baskerville (Sean conery) junto com seu noviço Adson.
No decorrer da história, descobre-se que os mortos haviam manuseado um determinado livro, cujo livro as páginas eram envenenadas. Então, quem profanasse a determinação de “não ler o livro”, morreria antes que informasse o conteúdo da leitura.
   O livro havia sido escrito pelo filósofo Aristóteles onde enaltecia o riso, ofendendo profundamente a igreja católica antiga. O acesso a este livro era restrito, porque era considerado como uma ameaça a doutrina cristã. A comédia era vista como uma forma de fazer com que as pessoas perdessem o temor a Deus e, portanto, faria desmoronar o poderio cristão. E a igreja não tolerava que pessoas comuns tivessem conhecimento de seus dogmas (fundamentos da religião); questionamento em relação a conduta da igreja.
   O filme pode ser interpretado com um caráter filosófico quase metafísico, já que nele também se busca "a verdade". Este se desenvolve no período Renascentista. O Renascimento pregava a valorização do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural. Lá se retoma o pensamento de Santo Agostinho (354-430), um dos últimos filósofos antigos e o primeiro dos medievais, que fará a mediação da filosofia grega e do pensamento do início do cristianismo com a cultura ocidental que dará a filosofia medieval, a partir da interpretação de Platão e o neoplatonismo.
   O Renascimento, enquanto movimento cultural resgatou da antiguidade Grego-romana os valores antropocêntricos e racionais, que adaptados ao período, entraram em choque com o Teocentrismo e o Dogmatismo medieval sustentado pela Igreja. “O nome da Rosa” é uma crônica da vida religiosa do século XVI. A expressão nome da Rosa foi usada na Idade Média significando o infinito poder das palavras. A rosa de então, centro real do filme é a antiga biblioteca de um convento beneditino, na qual estavam guardados, em grande número, códigos preciosos, parte importante da sabedoria grega e latina que monges conservaram através dos séculos e que mantinham o poder da Igreja Católica diante de toda sociedade local.

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